quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

2017 - Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento

O Turismo é um setor económico de excelência para um país como Portugal. Um setor que se encontra em contínuo crescimento há já várias décadas. Contudo deve fundar-se em princípios sustentáveis. Princípios que evitem que essa mesma actividade seja fator de pressões susceptíveis de destruir os recursos dos quais toda a actividade turística (bem como a vida das comunidades a ela associadas) depende. Como por exemplo, mas não só, a fauna, a flora e os recursos hídricos.

Contra a massificação da actividade turística, que tende a explorar os recursos endógenos até ao limite, cabe aos agentes envolvidos nesta atividade procurarem novas abordagens, porventura mais próximas de um turismo de qualidade, e que maximizem a sustentabilidade na utilização dos recursos naturais. Novas intervenções sobre os recursos que possibilitem a promoção do empreendedorismo local e o desenvolvimento das regiões onde se pratica.

Segundo a OMT o turismo sustentável deve ser aquele que salvaguarda o ambiente e os recursos naturais, sendo capaz de garantir um crescimento económico da atividade turística mas de forma sustentável, ou seja, salvaguardando a satisfação das necessidades de gerações presentes e futuras.



2017 - Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento

Na sequência de uma resolução submetida pelos seus membros, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou em 4 de dezembro de 2015 que o ano de 2017 fosse o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento.
Esta resolução vem reconhecer “a importância do turismo internacional e, em particular, a designação de um ano internacional do turismo sustentável para o desenvolvimento, para promover uma melhor compreensão entre os povos em todas as partes, conduzir a que tome uma maior consciência da riqueza do património das civilizações e levar a uma melhor apreciação dos valores inerentes das diversas culturas, contribuindo assim para o fortalecimento da paz no mundo”.

Segundo o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), Taleb Rifai, “esta é uma oportunidade única para aumentar a contribuição do setor do turismo para os três pilares da sustentabilidade (económica, social e ambiental), assim como para  aumentar a consciencialização das verdadeiras dimensões da um sector que é, por vezes, desvalorizado”.


As principais características do “turismo sustentável” são:

  • respeitar as culturas locais e o seu ambiente natural;
  • ajudar a promover a vida selvagem;
  • promover a economia local (p.e. ao promover as compras locais e um justo retorno económico aos habitantes e naturais desses espaços físicos);
  • proteger e valorizar os destinos turísticos favoritos (garantindo a satisfação de futuros visitantes e garantindo o futuro das pessoas que lá vivem);
  • assumir a responsabilidade pelas nossas ações sem comprometer o usufruto turístico imediato.

O Turismo Sustentável é uma prática cada vez mais adoptada no mundo, que promove os destinos turísticos com um impacto mínimo sobre os locais onde essa mesma atividade turística se desenvolve.
O Turismo Sustentável pretende evitar todo o tipo de acções que possam contribuir para a degradação dos ecossistemas naturais, nomeadamente pela poluição.
Para tal aposta na educação ambiental do turista e numa estruturação de mecanismos que interliguem o ambiente, a sociedade e a economia.

Para muitos, “turismo sustentável” é também sinónimo de “turismo responsável”, uma vez que é uma forma de construir uma diferença positiva para as pessoas (turistas) e para o ambiente (ecossistema) dos destinos turísticos. Ao mesmo tempo que aperfeiçoa as experiências pessoais de lazer/aventura, gere também as actividades de forma responsável:

  • minimizando o impacte das viagens e visitas turísticas;
  • respeitando culturas e tradições das áreas visitadas;
  • promovendo projetos de eficiência energética, melhorando a sustentabilidade;
  • reduzindo emissões de carbono (e de resíduos);
  • melhorando as condições de vida dos mais desfavorecidos (nomeadamente crianças e idosos) nas regiões visitadas.


As principais diretrizes para se alcançar um Turismo Sustentável são:

  1. Potencializar o desenvolvimento local a partir dos seus valores ambientais, sociais, culturais e patrimoniais, valorizando a autenticidade local; 
  2. Proteger o meio natural e a biodiversidade, considerando novas oportunidades para o seu aproveitamento responsável (hoje e futuramente; 
  3. Assegurar a viabilidade económica e financeira, a longo prazo, das operações; 
  4. Incentivar a inclusão social e o empreendedorismo local, promovendo práticas e negócios nas áreas de destino turístico; 
  5. Garantir a qualidade dos produtos e dos processos;
  6. Considerar a diversidade e manter o alto nível (qualitativo) de atividades, por forma a garantirem a satisfação do turista, mas também elevando a sua conscientização para práticas cada vez mais sustentáveis, e portadoras de benefícios a longo prazo;
  7. Promover a participação consciente de todos públicos relevantes ao processo, acolhendo os saberes e cultura das comunidades tradicionais e os agentes locais envolvidos.

A nossa atuação em favor do Turismo Sustentável passa por uma mudança comportamental. Passa por evitar uma atitude passiva, de turista-gafanhoto que explora recursos naturais sem pensar no amanhã, e iniciar uma atitude de intervenção consciente em defesa do turismo futuro, num planeta que queremos preservar.
E para iniciarmos esta missão enquanto “turistas sustentáveis”, ou seja, turistas que respeitam os locais que visitam, colaborando, simultaneamente, para que os mesmos se mantenham economicamente ativos e sem degradação dos recursos naturais existentes, nada melhor do que planearmos as nossas viagens e estadias de lazer (mas também as outras) de forma a minorarmos o impacto no ambiente e reduzirmos a nossa pégada ecológica, ao mesmo tempo que promovemos o melhor do que cada espaço geográfico, físico e humano tem para nos oferecer.