segunda-feira, 28 de setembro de 2015

"De Transportes Públicos para a Assembleia da República"

4.ª f, 30 de setembro
8h40 Largo do Rato: a pé até à Assembleia da República
9h00 Assembleia da República

Venha constatar os constrangimentos sentidos com os transportes públicos disponíveis. Expresse a sua experiência nas redes sociais. Inscreva-se aqui

+ Info: seccao_ambiente@ps.pt 

Porquê reduzir o uso do automóvel?
Lisboa recebe diariamente cerca de 500 mil veículos automóveis.
A utilização intensiva do transporte individual tem provocado vários problemas ambientais e de qualidade de vida:
- poluição atmosférica e contribuição para as alterações climáticas;
- degradação intensiva de estradas;
- espaço ocupado: um lugar de estacionamento ocupa cerca de 12 m2 e uma bicicleta ocupa 7 a 9 vezes menos espaço que um automóvel; a elevada taxa de motorização leva à construção de infraestruturas viárias e parqueamentos que ocupam espaço público. O estacionamento ilegal evidencia essa falta de espaço, que poderia ser usado para lazer, como jardins, parques públicos ou infantis, esplanadas ou campos de jogos. 
- impermeabilização de espaços (alguns com forte aptidão agrícola), intensificando magnitude de inundações;
- saúde humana: a Organização Mundial de Saúde relaciona tráfego automóvel com milhões de mortes por doenças como o cancro do pulmão ou da bexiga, pneumonia, doenças cardiovasculares, asma e bronquite. 


Como? 
Promovendo serviços de transporte público de qualidade, cómodos, rápidos, integrados, de acesso fácil (em matéria de percursos, horários, custos, etc.), combinados com outros conceitos e formatos de mobilidade urbana. Além disso, uma mobilidade mais inclusiva pretende fomentar a coesão social, maximizando a acessibilidade de todos os cidadãos, reduzindo desigualdades de oportunidades no trabalho, na educação e no acesso à cultura. 


Confira aqui as medidas do Programa do Governo PS para estas temáticas da mobilidade.

sábado, 26 de setembro de 2015

Medidas de Mobilidade - Programa de Governo PS

Transportes públicos
• Promover o funcionamento de serviços de transporte público de qualidade (coletivo e individual, com ou sem condutor), com horários e frequências ajustados às necessidades dos utilizadores;
• Estimular a criação de estações-hub intermodais que facilitem a ligação de diferentes modos de transporte e serviços de mobilidade, e que sejam em si centralidades que contribuam para o desenvolvimento local;
• Incentivar a integração modal em termos de bilhética, tarifário, percursos e horários e gestão de custos pelo utilizador, aumentando a comodidade dos diversos modos de transporte, incluindo transportes públicos pesados e sistemas de mobilidade suave (sharing, pedonal, bicicleta, elétrico, elevadores);
• Incentivar o desenvolvimento de plataformas digitais que simplifiquem numa base comum e acessível no telemóvel toda a informação ao utilizador, nomeadamente a simulação do percurso, horários em tempo real e o custo efetivo da viagem. 
• Promover o desenvolvimento dum sistema universal e integrado de pagamento de mobilidade (Cartão da Mobilidade), através do qual o cidadão possa aceder a todos os serviços de transportes públicos, estacionamento, portagens, aluguer de veículos em sistemas partilhados ou carregamento de veículos elétricos;
• Criar um “passe família” para os transportes públicos urbanos, bem como bilhetes de grupo (para 5 ou mais pessoas);
• Reforçar e uniformizar os descontos em transportes públicos para estudantes até aos 25 anos;
• Contribuir para o desenvolvimento de políticas de responsabilidade social por parte de grandes empregadores e geradores de procura, que incentivem a adoção e promoção de soluções de transporte público sempre que este seja eficiente;
• Promover períodos experimentais do sistema de transportes públicos para pessoas que habitualmente optam pelo automóvel nas suas deslocações pendulares.
Modos de transportes suaves
• Estimular os modos de transporte suaves, como a bicicleta e o pedonal;
• Favorecer a mobilidade suave no interior de cada concelho e a nível intermunicipal, reduzindo a distância entre cidade e subúrbios através da partilha de infraestruturas de mobilidade suave e a criação de áreas verdes comunicantes;
• Fomentar a construção de infraestruturas cicláveis, tendo em conta 3 perfis de utilizadores e 3 funções: a prática desportiva, a prática de turismo e lazer e a mobilidade urbana;
• Permitir o transporte de bicicletas em transportes públicos (designadamente no comboio e no metro);
• Reduzir a área ocupada pelo transporte individual, nas vias e no estacionamento, favorecendo o uso do transporte público e a mobilidade suave, em especial a mobilidade pedonal e ciclável, como forma de promoção da mobilidade jovem e da acessibilidade por cidadãos seniores;
• Incentivar os operadores de serviços de car sharing e bike sharing;
• Incentivar a implementação de serviços de Bus Rapid Transit, que combinam a capacidade e velocidade do metro ligeiro a um custo muito inferior;
• Promover serviços de transporte flexível e on demand, sempre que tal seja adequado, nomeadamente em regiões e horários de baixa procura.

Mobilidade eléctrica
• Direcionar os incentivos à aquisição de veículos elétricos para os segmentos com maior impacto energético e ambiental, como os autocarros de serviço público de transporte, táxis, transporte escolar, transporte de mercadorias e logística urbana;
• Criar incentivos ao surgimento de operadores de car sharing e bike sharing elétricos;
• Comprometer o Estado e as autarquias locais com a aquisição de 25% de veículos elétricos aquando da renovação da sua frota destinada à circulação citadina;
• Criar incentivos que levem os operadores logísticos a adotar veículos elétricos sem emissões, em particular na operação em meios urbanos e em transporte lastmile;
• Reabilitar e redimensionar a rede de carregamento pública Mobi.E;
• Promover o carregamento nas garagens das habitações e empresas;
• Definir uma tarifa de venda da energia armazenada de forma descentralizada nas baterias dos veículos elétricos de volta à rede elétrica. Deste modo, os veículos elétricos podem funcionar como um estabilizador da rede elétrica, armazenando energia nos períodos de vazio (em que há energia disponível a custo inferior) e devolvendo à rede elétrica nos momentos de pico (em que o sistema elétrico necessita de mais energia para disponibilizar a um custo superior).

Programa na íntegra aqui

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

À Conversa com Helena Freitas

Fomos recebidos, de forma simpática, por Helena Freitas, cabeça de lista do PS por Coimbra, no maior jardim botânico português, um jardim pombalino dentro da cidade de Coimbra.
Professora Universitária que acompanhou o doutoramento de cerca de 50 jovens, Coordenadora do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, hoje com mais de 150 investigadores e Directora do Jardim Botânico, agora a ser reabilitado (estufas, sinaléticas, abertura da mata à cidade, da baixa à alta), área vital para a própria dinâmica da cidade. 


Como vê a situação demográfica e actual do nosso país?
A situação demográfica do país é preocupante.  A tendência para continuarmos a perder população jovem em todo o território e em especial no interior do país, e o envelhecimento da população portuguesa, justificam outras políticas públicas. Não é fácil. Uma estratégia imediata é cultural e passa pela desconstrução da forma como encaramos o interior do país. O nosso interior é o centro da Península Ibérica. Temos de criar sinergias e dinâmicas de rede com as localidades do interior do nosso País e também de Espanha.

O ambiente pode ser uma oportunidade nestas regiões?
Sem dúvida que sim. Quando pensamos a estratégia, as parcerias e as iniciativas que se criam nestas regiões, as mesmas têm de se organizar também em torno da ecologia.
Programas de captação de jovens, e quem sabe até de imigrantes, no sector agro-florestal, do turismo, da natureza, da tecnologia por exemplo. Penso que as formas inteligentes de olhar para o território têm de ser valorizadas. Além disso temos de ver os imigrantes como uma oportunidade, trazendo-os de volta para a nossa terra. 
Outra oportunidade são os apoios dos municípios à integração de jovens nas suas regiões ou até de outros povos em projectos estratégicos para o país.
No concelho de Oliveira de Hospital tenho estado envolvida com a criação e dinamização da BLC3. O seu objectivo é maximizar os recursos que existem, naturais e humanos, trazer jovens para criarem aqui a sua profissão. Há, por isso, aqui uma grande afinidade da investigação com a floresta e agricultura da região e actividades complementares que se podem desenvolver, como o aproveitamento dos resíduos das matas ou os cogumelos. Também estive em projectos  com outras regiões, onde a tónica comum é um trabalho de articulação com diferentes parceiros.
Temos sentido no terreno a perda na administração pública de muitos recursos técnicos, nomeadamente na agricultura e floresta. Há uma necessidade de reunir em centros de competência a actividade que a administração precisa.
Temos de trabalhar mais na organização do território, em estratégias inteligentes para as regiões, envolvida nas políticas regionais, na valorização dos recursos naturais. Um dos objectivos terá de ser o investimento de fundos públicos, no ordenamento da floresta, no ordenamento do território.

Porque se envolveu de forma tão activa nesta campanha eleitoral?
Desde sempre tive uma intervenção cívica activa no domínio do ambiente e da Conservação da Natureza. Entendo que a situação actual complicada do País nos convoca a todos, na medida da disponibilidade de cada um, e senti-me convocada e mobilizada face ao desafio que António Costa me fez, para a primeira causa enquanto cidadã(o), que é o progresso do país.

Para a região Centro, quais os temas principais que traz para a campanha? 
Trago as áreas nas quais tenho estado envolvida no meu percurso profissional e cívico: Educação, Ciência e Ecologia na Região de Coimbra. A região Centro tem na Natureza um dos seus fortes activos. Lembremos também o mar e a aquacultura, que o país tem de apostar. Depois a questão da mobilidade. As ligações ferroviárias têm de sofrer uma melhoria, têm de ser uma pedra de toque fundamental, para o desenvolvimento do Distrito de Coimbra, não apenas por questões ambientais, mas acima de tudo como soluções estruturantes para a valorização do território.

Como a preocupação pela biodiversidade pode ser sentida numa cidade?
A figura do orçamento participativo pode ser aqui relevante. Isso permitiria olharmos para os espaços públicos pelas suas diferentes funções: enquanto uma mata poder ter como objectivo o sequestro de carbono, outra mata ou um jardim o importante pode ser o recreio, com baixas necessidades de rega. A selecção das árvores, do tipo de plantas deverá ter em atenção estas particularidades. As pessoas cada vez mais reivindicam espaços de lazer mas não têm noção do que isso representa para o erário público. A percepção do custo tem de ser dada. O Estado tem de ser cada vez mais transparente. Aliado a isto, os programas de monitorização são essenciais. Se não acompanharmos a monitorização e se não for eficaz, dificilmente conseguiremos ser efectivos.

E ao nível dos serviços de ecossistema? É aí que vamos juntar a conservação da Natureza e a economia?
Este governo esqueceu-se da conservação da Natureza. Tem sido uma área TABU. Fala-se hoje em economia da Natureza. Concordo que seja importante valorizar aquilo que as áreas naturais podem oferecer, mas depois há todo um trabalho para fazer: o de as manter e envolvendo a população.
Este governo deixou de falar dos serviços de ecossistemas, deixou de falar dos ecossistemas. As políticas públicas falam em venda de produtos das áreas protegidas unicamente. A economia da água, a qualidade do ar, a decomposição do solo, não são falados nem sequer apoiados.

Também ao nível da política energética, uma bandeira muito positiva do passado socialista, com reconhecido mérito internacional, numa primeira fase, este governo não teve força necessária para agarrar este tema, indo agora a coligação na sua comunicação recuperá-lo para anunciar como medidas propostas.

Como é que as secções podem contribuir positivamente na campanha?
Secções temáticas como a de Ambiente e Território do PS podem dar um contributo positivo também pela reflexão e criação de propostas, por exemplo ao nível da privatização da água. O combate creio ser uma das bandeiras inequívocas que o partido socialista deve esgrimir.
Depois creio que devem apresentar aquilo que é positivo, aquilo que podemos fazer de forma diferente. Conservar a Natureza é valorizar aquilo que o país tem por garantido.

O que a mobiliza?
Tenho a percepção que o meu país está profundamente desigual. O conhecimento que a vida me proporcionou fazem-me acolher o chamamento colectivo que tornem o meu país mais igual. Não podemos continuar a ter um número crescente de famílias a pedir alimentos, de pessoas a deslocarem-se aos hospitais privados, de jovens a procurarem alternativas. O país está a ser continuamente privatizado, com outros interesses a governar e por este motivo estou disponível para pensar e agir para manter a justiça e a equidade do país.


Porque escolheu ser ecóloga?
Todos temos causas que nos mobilizam, em que investimos a razão e os afectos e tentamos convencer os outros da bondade dessas causas. A extinção de algumas espécies e a vulnerabilidade de outras cuja complexidade é um notável brinde da evolução, confronta-nos diariamente com a nossa própria impotência e com a angústia de uma Humanidade desajustada do seu próprio planeta, da sua casa. Eu escolhi a conservação da natureza: o desafio ambiental e político mais complexo e decisivo para o futuro da Humanidade. 


Newsletter #10


Defendemos a sustentabilidade, o uso eficiente de energia e a consciencialização ambiental e territorial para Portugal.


Leia nesta edição que pode consultar na íntegra aqui:
EDITORIAL
CAMPANHA ÀS LEGISLATIVAS
Com as pessoas
Nas redes sociais
Medidas de Governo PS - Biodiversidade


Debate LPN
À Conversa com Helena Freitas
Carlos Zorrinho e a energia
Miguel Freitas e a produção de alimentos

 


 Car@ Camarada, 
A campanha está na rua. O mês que permite apresentarmos as nossas ideias e programa, as nossas candidatas e candidatos a falarem directamente com as pessoas e os seus problemas. A redescobrirem o seu território e as suas gentes. 
António Costa, com o seu génio criativo e inovador, puxou as questões da mobilidade para a campanha. Também pelos actos, como nos tem habituado. Como ir de Lisboa ao Porto, com paragens noutras cidades? De comboio, claro! Um arranque de campanha que traz a sustentabilidade como a boa prática de base. Calçando os sapatos de quem faz viagens de longa distância e sentindo também como a ferrovia pode ser um transporte eficiente e a opção viável para mais pessoas.
António Costa ousou colocar no programa eleitoral medidas que procuram tornar Portugal novamente o nosso País. O País para nascer, crescer, conviver e envelhecer de forma saudável e com qualidade de vida, onde todas as gerações são contempladas e respeitadas como família, e onde o interior tem o lugar de destaque que merece. Onde o desenvolvimento e o ambiente podem andar de mãos dadas. Porque o ambiente é silencioso, mas ecoa quando esquecido. 

O Ambiente e Território continuarão presentes na campanha. Estamos unido/as e fazemos parte do rosto da confiança para o desenvolvimento sustentável do nosso País. 
Um abraço fraterno,
A Coordenadora,
Cátia Rosas